Referência: SILVA, Marcelo Araújo, AZEVEDO, Rodolfo Almeida de . A pesquisa social nas organizações: as condições de acesso aos registros policiais. . Analisando em Ciência da Informação, João Pessoa, v. 5, n. 1, p. 24-40, jan./jun. 2017
Descritor(es):
ACESSO ÀS INSTITUIÇÕES, ACESSO À INFORMAÇÃO, ANTROPOLOGIA, DOCUMENTOS POLICIAIS.
Resumo: O Brasil figura no regime de exceção quando o assunto é
acesso às informações e registros públicos. Muitas
pesquisas encontram dificuldades de acesso às
informações em determinados órgãos da administração
pública, o que em certa medida, prejudica o
desenvolvimento científico de uma cidade ou região.
Diante disso, o presente estudo busca entender as
condições de acesso às informações públicas a serviço da
pesquisa social, reforçando a hipótese de que o percurso
da pesquisa quando em contato com os interesses das
instituições, desencadeia uma zona de tensão, que em
muitos casos coloca o pesquisador em dificuldades nas
condições de acesso pleno (intelectual) as informações
nos arquivos policiais. O escopo do estudo buscou
investigar os mecanismos utilizados por um grupo de
pesquisa atuante na mesorregião do Alto Solimões no
Estado do Amazonas, bem como, suas experiências no
acesso as informações nas delegacias de quatro
municípios, em busca de dados e informações sobre
violência contra mulheres. Os dados analisados
pertencem ao Programa Observatório da Violência de
Gênero no Amazonas, o qual foi implementado em 2012
como 'Observatório da Violência contra Mulheres no
Alto Solimões', vinculado a Pró-Reitoria de Extensão e
Interiorização da Universidade Federal do Amazonas.
Para tanto, foi utilizado o método de análise de conteúdo
nos relatórios de campo produzidos pelos membros do
grupo de pesquisa que visitaram as delegacias no referido
período. A metodologia estabelece três etapas, sendo
elas: pré-análise; exploração do material; tratamento dos
resultados: inferência e interpretação. Dos relatos
etnográficos analisados nos relatórios de campo foi
observado as condições de acesso às informações, nessas
organizações, bem como impressões ambientais, rotinas
administrativos e situações que envolvem o contato com
os agentes e os registros produzidos. Quanto às
condições de acesso e contato com documentos,
identificamos as seguintes tensões: o ambiente e os
aparatos dificultam a consulta; variação de métodos
simplificados de organização; inexistência de
procedimentos normativos; os próprios documentos
como barreiras de acesso. O estudo ainda revela à
necessidade de ampliar a discussão sobre o acesso às
informações no âmbito das instituições públicas a serviço
da pesquisa científica, especialmente as condições em organizações policiais e a qualidade da produção dos
registros e documentos arquivísticos.
Endereço eletrônico:
http://racin.arquivologiauepb.com.br/edicoes/v5_n1/racin_v5_n1_artigo02.pdf Acessado em: 20 jun. 2018.
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