Referência: SCHWARTZ, Joan M., COOK, Terry. Arquivos, documentos e poder: a construcao da memoria moderna. . Registro: Revista do Arquivo Publico de Indaiatuba, Indaiatuba, v.3, n.3, p.18-33, jul. 2004
Notas: Traducao de: Cylaine Maria das Neves; Maria Cristina Vendrameto; Pedro Condoleo de Queiroz.
Descritor(es):
TEORIA ARQUIVISTICA, ARQUIVOS E RELACOES DE PODER, FORMACAO DE IDENTIDADE, REPRESENTACAO E REALIDADE, MEMORIA SOCIAL.
Resumo: Este artigo serve de introducao geral pelos autores convidados para o primeiro de dois assuntos tematicos da Revista Archival Science que irao explorar o tema "arquivos, documentos e poder". Arquivos como instituicoes e registros como documentos geralmente sao vistos por academicos e outros usuarios e pela sociedade em geral, como recursos passivos a serem explorados por varios propositos culturais e historicos. Historiadores desde a metade do seculo XIX, ao dotarem de cientificidade a historia, necessitaram de um arquivo que fosse um deposito neutro de fatos. Ate muito recentemente, os arquivistas foram obrigados a exaltar o mito da sua propria imparcialidade, neutralidade e objetividade. Contudo os arquivos sao determinados pelos poderosos para proteger e destacar sua posicao na sociedade. E por meio dos arquivos que o passado e controlado. Certos fatos historicos sao privilegiados e outros marginalizados. E os arquivistas sao parte integrante desta forma de contar historias. No projeto dos sistemas de arquivamento, na avaliacao e selecao de um minusculo fragmento dentre todos os possiveis documentos para fazer parte do arquivo, e em seus padroes de comunicacao e uso, os arquivistas continuamente reformatam, reinterpretam, e reinventam o arquivo. Isso representa enorme poder sobre a memoria e a identidade, sobre os modos fundamentais pelos quais a sociedade busca a evidencia de quais foram e sao seus valores centrais, de onde ele veio, e para onde esta indo. Arquivos, entao, nao sao depositos passivos de coisas velhas, mas lugares ativos onde o poder social e negociado, contestado, confirmado. O poder dos arquivos, dos documentos e dos arquivistas nao deveria continuar a ser neutralizado ou negado, mas estar aberto ao debate vital e a responsabilidade transparente.
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