Biblioteca da Escola de Ciência da Informação
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Referência:
GONDIM, Linda Maria de Pontes. O dragao e a cidade: lendas do Ceara. Museologia e Patrimonio, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 13-23, jan./jun. 2009

Descritor(es):
CENTRO DRAGAO DO MAR DE ARTE E CULTURA; PRAIA DE IRACEMA; MITO; MEMORIA; PATRIMONIO

Resumo:
O artigo discute o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC), a partir das narrativas mitológicas relacionadas à sua localização e denominação. O CDMAC, inaugurado em 1999, foi construído durante as gestões dos governadores Ciro Gomes e Tasso Jereissati, inserindo-se no projeto de "modernizar" o Ceará, por meio da indústria e do turismo. A construção de um centro cultural na antiga área portuária da cidade pretendia estender a ela o processo de requalificação pelo qual passava a Praia de Iracema, na década de 1990. Este último bairro abrigara residências da elite e usos recreacionais, mas, na década de 1940, entrou em decadência, devido à construção do porto do Mucuripe, a qual provocou o avanço das marés sobre as construções da Praia de Iracema. A criação/destruição/reconstrução do bairro remete ao romance de José de Alencar, onde a índia Iracema rompe com seu povo para seguir o colonizador Martin Soares Moreno. Abandonada por este, ela dá a luz a Moacir, o primeiro cearense. Outro mito presente na concepção do CDMAC foi o do "Dragão do Mar" - apelido do jangadeiro Francisco José do Nascimento ("Chico da Matilde"), heroi do movimento abolicionista do Ceará. O edifício do CDMAC, com suas formas arrojadas e escala monumental, contrasta com o casario remanescente das funções portuárias. Como o dragão mitológico, o centro cultural caracteriza-se pelo hibridismo: o primeiro é uma criatura marinha, capaz de habitar a terra e de voar; o CDMAC procura associar o novo ao antigo, combina espaços fechados e abertos, e atende a um público heterogêneo.

Endereço eletrônico:
http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/view/69/69b11 abr. 2012 Acessado em:

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